
Pela primeira vez nesse blog, resolvi não escrever uma sinopse, pois achei que estragaria a experiência daqueles que ainda não tiveram a oportunidade de assistir Evil Dead Rise.
Embora não tenha uma sinopse, vou tentar contextualizar um pouco da história para não deixar o leitor no vácuo.
Antes de tudo, um importante alerta: se você nunca assistiu nenhum filme da franquia Evil Dead ou nunca ouviu falar, mas quer embarcar nessa franquia, sugiro que pare por aqui e comece a assistir a partir do primeiro filme, senão vou acabar estragando um pouco (talvez muito) da sua experiência.
Contextualizando: para quem já assistiu pelo menos o primeiro ou segundo filme da franquia evil dead (ou até o mesmo o primeiro capítulo da série Ash vs Evil Dead do Netflix) sabe que todas as histórias giram em torno de alguém ou algo que acidentalmente liberta, através da leitura de passagens do livro dos mortos, uma legião de Demônios/entidades malignas que possuem as pessoas e causam um banho de sangue descontrolado. Evil Dead Rise continua nessa mesma premissa, mas dessa vez isso acontece num apartamento em Los Angeles onde reside uma família composta por uma mãe solteira, seus três filhos e a tia dessas crianças. É uma história nova, com novos personagens. Não temos Bruce Campbell atuando como Ash (temos ele somente na produção do filme junto com o mestre Sam Raimi). Você não verá personagens de filmes anteriores, mas terá deliciosos Easter Eggs ao longo do filme.
Não vou contar em detalhes como os Demônios são liberados nesse filme, pois isso estragaria a experiência de vocês que ainda não puderam assistir, mas para detalhar melhor a minha opinião, preciso somente dar um pequeno spoiler (que não é novidade para os fãs de Evil Dead) de que o método de leitura de passagens do livro dos mortos para liberação desses seres malignos, continua o mesmo. Isso é óbvio, pois se não fosse assim, não seria Evil Dead. De qualquer forma, é sempre bom alertar.
Para quem está procurando esse filme, nesse momento ele ainda está em cartaz nos cinemas. Mais pra frente, veremos em qual streaming vai ficar.
A franquia Evil Dead, dentre outras franquias do gênero terror, é a que eu mais gosto. Um dos motivos é que nenhum dos filmes (e nem a série Ash vs Evil Dead, ao qual fico incorfomado por terem parado as gravações, pois foi talvez uma das melhores séries de horror que eu já assisti) são ruins. Todos são bons e bem feitos (considerando a época de produção de cada um deles).
Quando anunciaram que mais um Evil Dead seria criado, dado o histórico de franquias de terror que foram comprometidas por sequências desastrosas, fiquei morrendo de medo de estragarem mais uma em prol do dinheiro fácil. Ainda mais quando se trata da minha franquia favorita. Mas felizmente isso não aconteceu! Os mestres Sam Raimi e Bruce Campbell conseguiram entregar mais um projeto de respeito, garantindo a qualidade dessa poderosa franquia.
Como sempre, vou falar sobre o que eu mais gostei e o que eu menos gostei.
O que foi bom:
1 – O filme começa sem enrolações. Não tem essa de ficar contando um monte de história para depois começar a ação e o terror. As primeiras cenas já são impactantes, provando ao espectador que o negócio vai ser bom demais. E realmente é muito bom. Até a metade do filme eu ainda não havia me incomodado com absolutamente nada. Sendo assim, quanto ao andamento da história, para mim, foi perfeito do início ao fim, afinal esse é um filme comercial e fictício, e nesses casos, precisa saber prender a atenção do espectador.
2 – Atuações. Todos atuam razoavelmente bem, fazendo com que o espectador se sinta parte da história de alguma maneira. A atriz Alyssa Shuterland particularmente ficou assustadora com a maquiagem + efeitos. A atuação foi mediana, mas suficiente para deixar o filme nas alturas.
3 – Efeitos. Mesmo que muitos dos efeitos sejam computarizados, o trabalho é bem feito, no nível dos filmes da franquia Invocação do Mal. Além disso, o filme se mantém fiel ao passado, fazendo com que o espectador possa se esbaldar em (muito) sangue, esfaqueamentos, tiros de escopeta e desmembramentos.
4 – Assustador. Embora tenham alguns jump-scares que na minha opinião são desnecessários, o filme consegue criar uma atmosfera, ora pela ambientação que é absolutamente perfeita, ora pelos efeitos e maquiagens, que causam medo ao espectador, atingindo um patamar de sucesso no gênero. Se você tomar a decisão de assistir Evil Dead Rise, prepare-se…

Ainda tem muita coisa pra falar, até porque achei o filme todo excelente. Deu gosto em assistir.
Sobre os itens que eu achei que deixaram a desejar:
1 – Desfecho do filme. Achei que foi bom, mas poderia ter sido melhor. Deixam aquela pulga atrás da orelha do espectador sobre uma possível continuação. Achei desnecessário e clichê. Evil Dead é uma franquia poderosa que não precisa desses artifícios baratos. Eu estava dando uma lida rápida em um post do site Omelete onde se discutia se Evil Dead Rise é uma continuação ou remake. A conclusão foi que: nenhum dos dois. É uma história paralela. Levaram em conta também uma frase do Bruce Campbell que reforçava a teoria do terceiro filme que dizia que existem três livros dos mortos perdidos por aí. Sendo assim, há muitas possibilidades para essa franquia. Então, acho que é desnecessário fazer um final sugestivo.
2 – Jump-scares. Têm poucos, mas têm. Enfim, é uma opinião pessoal, mas eu acho que essa forma de fazer terror é fraca demais. Acho que não tivesse nenhum Jump-scare, não teria feito diferença no medo que senti assistindo. Pelo contrário, daria ainda mais credibilidade.
3 – Vozes computadorizadas e cheias de efeitos. Esse tipo de coisa me pega também. Se for para fazer uma voz de um ser maligno, uma entidade ou o cramunhão, tem que ser bem feito. Não que estivesse péssimo, mas em alguns momentos ficava muito evidente essas vozes computadorizadas e na minha opinião isso tira a credibilidade, mas na maioria do tempo eram excelentes vozes. Poderosas e profundas.
Bom, acho que é isso que mais me incomodou mesmo. Pode até ser que tenham mais pontos positivos e negativos, mas para mim isso já é o suficiente. No geral, é um excelente filme que eu preciso dar um jeito de colocar na minha estante.
Mais uma vez Sam Raimi junto de Bruce Campbell conseguem entregar um excelente projeto de terror, mantendo a qualidade da franquia, sem decepcionar os fãs. Pelo menos eu não fiquei decepcionado. Ainda sim, se compararmos os filmes da atualidade, acho que o remake do primeiro (A Morte do Demônio, 2013 – filme o qual muitas pessoas criticaram) me agradou mais, pois é psicologicamente mais pesado que Evil Dead Rise, mas aí é questão de gosto mesmo. Uma coisa que me veio à cabeça escrevendo esse post é o poder que tem essa franquia. Comecei a pensar à respeito dos primeiros filmes. Se lembrarmos do primeiro filme em 1981, era um filme mais sério e impactante. Já a continuação (Uma Noite Alucinante 2 – Evil Dead 2 / 1987) é um remake do primeiro, mas dessa vez mais escrachado e engraçado, que além de dar bons sustos, permite boas risadas. Esses dois filmes são um sucesso até hoje e permitem que novos filmes da franquia sejam lançados tanto com foco no terror mais sério bem como no terror mais escrachado sem que incomode muito os fãs. Pelo menos a mim, não incomoda, pois eu amo a série Ash vs Evil Dead que é pastelona e engraçada (cara, como eu queria ver um desfecho para essa série). Provavelmente essa vertente de comédia se dá pelo Bruce Campbell atuando como Ash, um herói canastrão, cheio de frases de efeito e um carisma diferenciado. Muito provavelmente não teremos mais essa vertente, pois acredito que o Bruce não vá mais atuar. INFELIZMENTE! Mas ainda temos esperança de que Evil Dead terá novas sequências.
Como foi difícil escrever esse post. Em todos os que já escrevi, sempre fico achando que faltou algo ou que eu deveria ter dissertado de uma maneira diferente ou até mesmo reassistido determinado filme para ver se não falei besteira, mas acabo me conformando que essa não é minha profissão e toco o foda-se para não ficar com caraminholas. Agora imagine que se isso acontece em todos os posts, onde muitas vezes não sou um grande fã do filme ao qual estou dissertando, imagine só agora?
