Horror Análise

Ano: 2007
Gênero: Suspense / Terror / Drama / Psicológico
Sinopse: uma forte tempestade deixa uma pequena cidade (talvez uma ilha?) estadunidense debaixo de um intenso nevoeiro, aprisionando uma parte da população no mercado local. 

Em 2007, quando esse filme foi lançado, tive a oportunidade de assistir essa maravilha no cinema. Lembro que nessa época eu era (e ainda sou) fissurado pelas histórias do Stephen King e um dos meus sonhos era poder assistir no cinema qualquer filme baseado em obra desse mestre do terror. E O Nevoeiro foi o primeiro filme que conseguiu realizar esse sonho. A minha única decepção foi ao sair do cinema, pois muitas pessoas saíram reclamando do filme e falando que era uma bosta. Na época eu não conseguia entender porque as pessoas não tinham gostado. Para ser honesto, até hoje não consigo entender muito bem. Acredito que na época (não só na época, como nos dias atuais), a moda eram os filmes de terror carregados de sustos baratos. Isso fazia com que as pessoas se envolvessem mais com o filme emocionalmente do que racionalmente. Well…

Será um grande desafio falar sobre um dos meus filmes favoritos e ser imparcial, mas prometo tentar ser o mais justo possível, talvez chegando à conclusão do porque tantas pessoas acharam esse filme ruim quando saíram do cinema na época.

Contextualizando um pouco mais da história: tudo começa com uma família formada por um pai, mãe e filho pequeno (acredito que entre nove e dez anos de idade). Essa família mora em uma pequena cidade (me parece uma ilha, mas não é esclarecido isso no filme e eu não li o livro ao qual o filme se baseou). Numa noite ocorre uma forte tempestade, fazendo com que a família se refugie no porão da casa. No dia seguinte, após a tempestade, a cidade se encontra num caos com diversas quedas de árvores e falta de energia. Com medo de ficarem sem mantimentos, pai e filho vão ao mercado da cidade buscar comida antes que os estoques acabem.

Após chegarem ao mercado, são surpreendidos por um nevoeiro que cobre a cidade de maneira repentina, trazendo mistérios, incertezas e mortes, além de obrigar as pessoas à se trancar no local.

Esse filme é especial para mim, pois possui uma história que mistura terror, suspense, drama e mistério, sem perder sua essência. E essas mudanças de gêneros ocorrem com sutileza. Além disso, sabe ser provocativo com questões de extremismos religiosos e polarização de gupos de pessoas.

Prepare-se para passar por uma montanha-russa de sentimentos. É isso que eu sinto todas as vezes que assisto à esse filme. Amor, raiva, empatia e tristeza são despertados no espectador com maestria. Não tem como você assistir O Nevoeiro sem que você não se imagine na história e nas situações apresentadas. Questões como: “O que eu faria nessa situação?”, “Como eu agiria?” e “Que decisões eu tomaria?” surgirão à medida que for se desenrolando a película. Pode apostar que vai mexer com a sua cabeça e te prender na tela.

Seguindo a tradição dos meus posts, vou falar sobre o que eu mais gosto e o que deixa a desejar.

O que mais gosto em O Nevoeiro:

1 – História. É uma história diferente e absolutamente inovadora. Sem plágios e clichês. O ritmo e andamento são perfeitos. Em momento nenhum o espectador se sente desanimado. Os conflitos entre pessoas, as situações extremas e o mistério construído fazem com que o espectador se sinta parte da história. Além disso os plots excelentes e o final surpreendente fazem com que deem ainda mais credibilidade à história. 

2 – Atuações. Ótimas atuações. Principalmente por parte da atriz Marcia Gay Harden que protagoniza uma personagem fanática religiosa. Não tem como não sentir raiva da personagem, o que comprova a boa atuação. O restante dos atores fazem um ótimo e consistente trabalho, elevando ainda mais o patamar de qualidade do filme.

3 – Ambientação. Quase toda a história se passa dentro de um supermercado, trazendo uma experiência diferenciada, aumentando a ansiedade e causando um certo tipo de claustrofobia ao espectador que cada vez mais vai se perguntando como a situação proposta será resolvida. O fato do filme se passar somente num supermercado reflete nessas sensações e questionamentos.

4 – Trilha sonora. Basicamente é a música que toca nas últimas cenas. É uma música excelente e absolutamente dramática. Dá um clima de depressão e tristeza. Não se surpreenda se vier lágrimas nesse momento, porque o final pega pesado com o espectador.

5 – Temas reflexivos e provocativos. O filme aborda com maestria temas provocativos, demonstrando a mobilização e polarização de grupos sociais. Além disso aborda o fanatismo religioso usado para manipular as pessoas nos momentos de medo e pânico, sendo mais fácil convencer de que Deus está furioso e castigando todo mundo do que buscar uma explicacao racional para tudo o que está acontecendo. É show de bola!

Isso foi somente um pouco das coisas que eu gosto nesse filme. Pode apostar que tem muito mais para ser falado e explorado.

O que deixa à desejar em O Nevoeiro…

1 – Efeitos especiais fracos. Isso é fato. Realmente a maioria dos efeitos especiais são computadorizados e numa qualidade média para ruim. Isso me faz crer que tem pessoas que não gostam desse filme por esse motivo (talvez também por conta do final). Honestamente, eu tô cagando para os efeitos. Até porque esse filme sabe compensar as suas fraquezas em várias outras frentes que eu já falei. Então, para mim, fica fácil passar um pano nesses defeitos, mas tem uma galera que não perdoa.

Pra mim esse é o único problema. De resto é um excelente filme. Lotado de reflexões e situações que elevam os sentimentos dos espectadores nas alturas. Os plots são de tirar o fôlego e o final é absolutamente surpreendente. É genial na mistura de diversos gêneros, fazendo isso sem causar desinteresse no espectador. Com efeitos especiais fracos e um final que sai fora dos padrões comerciais, pode causar a decepção de muitas pessoas, mas em mim não causou. Só queria esse filme na minha estante de coleção do King. Tá na lista para adquirir no futuro.