
Título: Planeta Terror
Sinopse: Um grupo de militares se desentendem com um cientista após uma transação mal sucedida, ocasionando no vazamento de um gás altamente tóxico, infectando as pessoas e transformando-as em seres repugnantes, carnívoros e cobertos de bolhas recheadas de pus e sangue.
Um tempo atrás falei sobre o filme Death Proof nesse link. Death Proof foi lançado junto com Planeta Terror. Filmes realizados pelos amados e lunáticos Quentim Tarantino e Robert Rodríguez. Os filmes possuem estórias diferentes e se conectam brevemente. Se quiser entender do que se trata Death Proof é só clicar aí no link que coloquei acima.
Planeta Terror se trata de um filme pastelão e completamente escrachado. Repleto de sangue, gosmas, tripas voando, imagens chocantes e tudo aquilo que ditam as regras de um filme de terror trash extremo.
Obviamente não é um filme digno de Óscar. É necessário analisa-lo sob o ponto de vista de uma produção que se compromete a cumprir bem a sua proposta: ser um filme trash pastelão. E esse filme sabe cumprir muito bem essa proposta.
O filme gira em torno de um grupo de pessoas que são imunes ao gás tóxico que mencionei na sinopse. Esse grupo tenta sobreviver aos seres melequentos. A história toda é um completo absurdo (óbvio), mas muito divertida. Tudo é muito exagerado. Desde a história forçada até as maquiagens esdrúxulas e efeitos práticos melequentos.
No geral, é extremamente apelativo: imagens reais de terríveis infecções em partes íntimas, bolhas de pus explodindo na cara de pessoas, decapitações, tripas expostas e até mesmo uma cena com parte íntima masculina escorrendo em podridão (cena protagonizada pelo próprio Tarantino). Tudo feito com o propósito de enojar o espectador, mas de uma maneira divertida.
Seguindo a tradição, vou levantar os itens que mais gostei e o que menos gostei. No final vou dar uma conclusão para finalizar esse post.
O que mais gostei:
1 – Como já mencionei acima, os efeitos práticos são muito bons. O espectador pode até chegar a pensar que o sangue tem uma aparência muito melequenta, achando surreal, mas lembre-se que o gás tóxico causa muita infecção e pus no organismo dos infectados, fazendo jus ao sangue mais melequento. Pode até ser exagerado, mas mesmo que você ache isso, não dá para negar que toda essa meleca contribui para deixar o filme mais divertido.
2 – Estilo de filmagem. Eu achei muito legal e original os efeitos gráficos que imitam um rolo de filme antigo. As imagens são tremidas, como se estivéssemos assistindo um VHS com a fita amassada. Em certo momento do filme é demonstrado que foi perdida uma parte da filmagem. Na real, nem parei para investigar se existe algum motivo para o diretor ter decidido fazer esse efeito. De repente justifica algo na história. Não sei. Só sei que ficou muito legal.
3 – História. A história é bacana. O andamento é bom também. Não cansa o espectador, pelo contrário, é tanta ação que nem dá tempo de desanimar. Embora seja mais uma história de zumbis, essa é um pouco diferente. Afinal, não são zumbis, mas sim uma variação disso que, embora clichê, tem algum grau de inovação. Lembrando que estou levando em conta que é um filme trash, ok? Filme trash = história trash.
O que menos gostei:
1 – Atuações. Não posso dizer que não gostei de todas as atuações, mas acho que os protagonistas (Rose McGowan e Freddy Rodriguez) poderiam ter atuado melhor, pois o fato de serem protagonistas, faz com que recaia um peso maior sobre eles, deixando as falhas e fraquezas mais evidentes. De qualquer forma, eles fizeram o mínimo necessário para que fosse aceitável. As atuações que mais gostei foram da Marley Shelton e Josh Brolin (esse último eu nem sabia que fez o Thanos em Vingadores, descobri agora que fui pesquisar os nomes dos atores).
2 – Não posso dizer que não gostei desse item, mas sim que achei desnecessário. Desde o começo, o filme apela bastante na sensualidade feminina. Exemplos: Mulheres com roupinhas curtas e apertadas, dançarinas sensuais, closes de peitões pulando para fora da blusa, etc. Mesmo sem ter cenas de nudez propriamente ditas, é inegável que o filme apela bastante nesse quesito de sensualidade com o intuito de atrair o público masculino. Acho que isso faz com que perca a credibilidade. “Uma Noite Alucinante 2” existe para provar que é possível fazer um bom trash sangrento sem precisar apelar para a sexualidade. Enfim, acredito que a decisão do diretor de abordar a sensualidade feminina se “justifique” pela época em que foi lançado, mas eu acho muitas coisas e não tenho certeza de merda nenhuma, então…
3 – Esse é outro item que fiquei pensando se valia a pena mencionar, mas acabei cedendo, pois é uma provocação válida. Será que se Planeta Terror fosse um filme mais sério e menos comédia não seria melhor? Acho que poderia sim ser um trash sangrento e gosmento e até com cenas engraçadas, mas tem tantas cenas sem graça de “comédia” que acho que se fossem retiradas, dariam mais credibilidade à película. Pelo menos é o que eu acho.
Para concluir:
Planeta Terror é um filme apaixonante para os amantes do cinema trash gosmento (e eu sou um desses). Não há como não gostar dessa película. O diretor utiliza uma fórmula mágica com efeitos práticos que acaba encantando o espectador, conseguindo colocar uma cortina nos defeitos e fazendo com que não liguemos para as fracas atuações por parte dos protagonistas. No geral, é um ótimo filme para dar umas risadas e também para se emocionar com boas cenas de ação. É um excelente item para a coleção dos aficionados por terror trash. Pelo menos na minha coleção ele está.