O Chalé

Título: O Chalé.
Ano: 2019.
Gênero: Horror / Thriller / Drama / Incômodo.
Direção: Severin Fiala.

Sinopse: os irmãos Aiden e Mia ainda não superaram o recente suicídio de sua mãe e já precisam passar o Natal no chalé isolado da família com sua nova madrasta Grace que possui um passado religioso sombrio.

Já havia um bom tempo que esse filme estava na minha lista mental para ser assistido. Tanto tempo que eu já havia me esquecido dele. Outro dia resolvi assistir um vídeo de listas de bons filmes de terror para assistir no Prime e o apresentador mencionou esse filme. Imediatamente pensei: “Nossa, é verdade: O Chalé”. Mesmo assim, demorei para assisti-lo, pois sabia que era um filme de progressão lenta e que eu precisaria estar descansado para dar a devida atenção que o longa exige (e merece).

Sim, é um filme de progressão lenta. Por isso que não tem a nota que merece no IMDB. Imagine que os seres humanos vivem em um mundo onde cada vez mais são metralhados pela velocidade digital. Antigamente assistir à um filme de 2 horas era uma coisa absolutamente normal. Hoje em dia temos vídeos de 10 segundos no tiktok. E muita vezes não temos paciência nem com esses míseros 10 segundos.

Agora imagine uma pessoa completamente viciada em “short videos” de 10 segundos e que necessita de entretenimento imediato onde cada vez menos é estimulado à fazer uso de sua massa encefálica? Essa pessoa terá imensa dificuldade em assistir O Chalé. Fato. Mas se você acha que está enquadrado nesse grupo de viciados em entretenimento precoce, não se ofenda. Ligue a televisão, acesse seu aplicativo Prime, silencie seu celular (ou desligue), apague as luzes e se desafie à prestar atenção nesse filme, tentando entrar na imersão proposta por ele. Mesmo assim, pode ser que você não goste, mas procure assistir até o fim antes de declarar derrota e destruir esse filme, combinado? Se você não gostar, paciência. Faz parte.

Vale ressaltar também que tanto o diretor quanto a escritora são os mesmo do filme Boa Noite Mamãe e possui características bem semelhantes. Caso você já tenha assistido e gostou, provavelmente também irá gostar de O Chalé. Se não gostou, acredito que nem valerá muito a pena assistir esse.

Eu gostei, mas confesso que ele é realmente difícil de assistir (também estou imerso nesse mundo digital acelerado e tenho dificuldades em desacelerar quando necessário). São quase 2 horas sem nenhuma ação. O filme é bem moroso. O silêncio é predominante, com poucos diálogos e trilha sonora praticamente ausente.

É um thriller que possui uma atmosfera assustadora e incômoda. Os cenários, locais de filmagem e fotográficas ajudam criar essa atmosfera. Até mesmo as atuações, somadas aos diálogos secos e frios, contribuem para deixar o espectador incomodado e intrigado.

Embora interessantes e bem construídas, as reviravoltas não me surpreenderam. Até porque já assisti reviravoltas parecidas em outros filmes como: Boa Noite Mamãe (pois é, o diretor e a escritora tentaram pegar uma carona no sucesso do passado).

Os atores se esforçam para cumprir bem seus papéis diante do script doido proposto. A melhor atuação, na minha opinião, é da atriz Riley Keough que interpreta a perturbada Grace. O ator mirim Jaeden Martell também faz bem o básico, mas prefiro ele no IT, claro. Considerando a doideira da história, deu para passar um pano em algumas cenas que achei as atuações muito forçadas.

Durante o desenvolvimento da história me senti submetido à reflexões sobre assuntos como extremismo religioso, pecados, depressão, disfunção familiar e dificuldade psicológica na superação de tragédias.

Enfim, para aqueles fãs de bons filmes de terror, que gostam de encarar um longa mais moroso e exploratório, O Chalé é uma boa indicação, embora não acho que seja bom para alguns públicos mais sensíveis. Para mim foi um bom filme, com uma história pesada, que, embora algumas falhas, sabe provocar algumas boas reflexões e sabe incomodar o espectador. Facilmente ocuparia um espaço na prateleira dos meus colecionáveis (se eu conseguir encontrar por um preço justo, claro).

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