As Fitas de Poughkeepsie

Inegavelmente bem feito e perturbador
Título: As Fitas de Poughkeepsie.
Ano: 2007
Gênero: Terror / Found Footage (documentário) / Perturbador

Sinopse: durante uma investigação, milhares de fitas VHS são descobertas pela polícia em uma casa em Poughkeepsie, Nova Iorque. Essas fitas revelam mais de 10 anos de brutalidades cometidas por um serial killer.

Eu preciso falar que esse é um dos melhores filmes no estilo found footage que já assisti em minha vida.

Se você está lendo esse post com o intuito de tomar a decisão sobre assistir ou não esse filme, recomendo que pare por aqui e vá assistir! Eu não sou uma pessoa que costuma dar spoilers quando falo à respeito de algum filme, mas eu acho que esse filme em questão, não tem como comentar muito à respeito sem que estrague a experiência do espectador. Então, se você é uma pessoa que já está acostumado com filmes mais pesados (gráfica e psicologicamente), assista esse filme. Agora se possui estômago fraco e se abala psicologicamente com filmes mais realistas, acho que “As Fitas de Poughkeepsie” não fará muito o seu estilo, então, se quiser, continue lendo, pois embora o filme seja pesado, o que vou escrever aqui é de boa.

Esse filme é surpreendente por se manter fiel à proposta do início até o fim. Ele trabalha com o famoso estilo found footage (estilo que se popularizou no passado com o filme “A Bruxa de Blair”, 1999), tentando passar a impressão de que as imagens apresentadas são reais, enganando os espectadores. Algumas vezes as pessoas odeiam esse estilo, pois começam a acreditar que as imagens são reais, e quando descobrem que foram enganadas, ficam absolutamente emputecidas. É a merda do ego e orgulho de nós seres humanos que causam tal sentimento. Eu já penso diferente: se a proposta do diretor foi causar a falsa impressão de que o conteúdo é real, aumentando a curiosidade e captando mais espectadores, então o filme é genial. Nesse sentido, fico feliz de ter sido enganado.

O filme se passa (genialmente) como um documentário, com policiais do FBI e especialistas dando depoimentos sobre um caso envolvendo um serial killer que possui inteligência e esperteza acima de qualquer outro já existente. O diretor mescla as entrevistas com as imagens das famigeradas fitas VHS encontradas na casa do meliante.

A cerejinha do bolo são essas imagens das fitas que, basicamente, é o próprio assassino filmando seus feitos de insanidade. As filmagens não são pesadas graficamente falando, mas eu diria que atingem o psicológico do espectador num nível de se sentir muito incomodado (pelo menos foi como eu me senti). As atuações são excelentes, dando MUITA credibilidade à proposta de chocar e impactar.

O fato de que o serial killer possui um QI acima da média, aumentou ainda mais a credibilidade do cara, dando um sutil sentimento de medo no espectador. Medo que parece pequeno, mas que se trazido à realidade, é exponencializado. O filme sabe construir esse “medo” com maestria, dando de mil à zero em produções tradicionais com jump-scares repetitivos e entidades paranormais estúpidas. Afinal de contas, nada mais assustador do que um ser humano inteligente psicopata, não é mesmo? Eu, particularmente, tenho muito mais medo da capacidade de uma pessoa de carne e osso desmiolada, do que de um fantasminha camarada com torcicolo.

Os famosos plots são muito bons. O final foi entregue de uma maneira maravilhosa. Me alegrei com as decisões tomadas no script e acho que os apreciadores do gênero vão se alegrar também. E, embora eu não seja crente em boas continuações, eu acho que esse aqui, se pego por um bom diretor, poderia render uma excelente sequência.

Um parênteses para finalizar: eu li num site por aí que esse filme é baseada em fato verídico. Parece que a polícia encontrou 800 fitas de um assassino que filmava seus atos de insanidade. Não fui atrás para saber se é real. Não sei se eu deveria me interessar muito pela realidade, nesse quesito. Mas já deixo um spoiler: as imagens das fitas do filme NÃO são reais, tá? Mas vá por mim, se você acreditou que eram reais ou se em algum momento você se questionou se aquilo era real, é porque o filme é bom. Pelo menos é o que eu penso.

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