
Título: 12 Horas para sobreviver: o ano da eleição.
Ano: 2016
Gênero: Terror / Ação
Plataforma: Prime Video.
Sinopse: dando continuidade à franquia The Purge, dessa vez já se passaram alguns anos desde o episódio do último filme. Os Estados Unidos se aproxima das próximas eleições à presidente e também do próximo expurgo. Uma senadora (que já sofreu com a perda de toda a família em um expurgo no passado) candidata à presidente e opositora ao processo de expurgo, possui grandes chances de derrotar a NFFA (sigla referente aos pais fundadores, idealizadores do expurgo) e por fim ao processo anual de expurgo. A NFFA, para se proteger à possibilidade de perder o poder, resolvem mudar as regras do expurgo onde ninguém estará seguro, nem mesmo a senadora.
ALERTA: Contém spoilers dos filmes anteriores. Caso ainda não tenha assistido os dois primeiros filmes dessa franquia, recomendo que não leiam esse post.
Uma curiosidade que deixei de mencionar é que desde o primeiro filme da franquia somente o rapaz que sobrevive ao se refugiar na casa do vendedor de seguros é quem reaparece tanto nesse, quanto no filme anterior. No primeiro filme ele é somente um rapaz lutando para sobreviver à um grupo de burgueses psicopatas. No filme anterior ele já entra para um grupo de resistência que tem o intuito de lutar contra o expurgo e ajudar pessoas pobres (os maiores alvos do expurgo). Nesse filme, ao qual estou resenhando, o rapaz já faz parte da liderança desse grupo. Em todos os filmes (até este) o rapaz (Edwin Hodge) é um coadjuvante, mas eu acho que sua melhor performance é no primeiro mesmo.
No filme anterior (anarquia), o personagem principal (que ajuda outras pessoas inocentes à sobreviver no expurgo), é novamente o centro das atenções. Dessa vez o rapaz (Frank Grillo), que possui habilidades militares melhores que qualquer jogador de metal gear, resolve se candidatar ao cargo de segurança da senadora. Com desejos claros de acabar com o expurgo, o rapaz se entrega de corpo e alma ao cargo. Como atuação, continua tão ruim e inexpressivo quanto no filme anterior.
Acho que bons assistidores de filmes, mesmo que nunca tenham assistido esse aqui, não vão demorar nem 10 minutos de história para sacar toda a trama, e talvez, sacar até mesmo o final, que é bem manjado.
O que eu quero dizer com isso? Que eu achei a história muito fraca. Roteiro fraco e recheado de frases clichês como: “Se fizer isso, você se rebaixará à eles”. Tudo é muito simples e óbvio. Se a senadora ganhar como presidente, o expurgo vai acabar. Será que seria tão fácil assim na vida real? Sei não hein. Enfim, o filme segue o caminho mais simples e óbvio. Isso, pra mim, insulta minha inteligência, porra.
E mais uma vez somos agraciados pelos excessos de holofotes e espetáculos pirotécnicos em cima de psicopatas e assassinos. Cada filme vai aumentando o espetáculo ridículo. Um exemplo: um grupo de garotas desmioladas querem invadir uma pequena loja de um simples comerciante local. Chegam com carros repletos de lâmpadas de Natal (pois é), metralhadoras AK47 douradas, roupas curtíssimas que contribuem para exaltar os corpos e utilizando aquelas máscaras aleatórias. Estou reclamando das máscaras, mas o diretor foi levemente sagaz ao demonstrar um mercado lucrativo de venda de máscaras durante o expurgo. Mas demonstrou de uma maneira bem rasa e pífia em uma cena de 10 segundos. É aí que eu reclamo: será que não poderiam explorar um pouco mais o assunto? Demonstrar o lucro no nível corporativo? Quem lucra com o expurgo? Como lucra?
Você poderia me perguntar: mas porquê essas garotas queriam invadir uma loja pequena de um comerciante simples e humilde? É simples. Logo no começo, antes de iniciar o expurgo, uma das garotas vai nessa loja e tenta furtar uma BARRA DE CHOCOLATE, mas o dono do comércio é ligeiro, percebe a atuação da meliante e consegue evitar o furto. Claro que a garota fica enfurecida e jura vingança. É isso mesmo meus amigos, por causa de uma BARRA DE CHOCOLATE. Pra mim não dá pra engolir que utilizaram uma motivação tão esdrúxula para criar uma ponte para a história principal. Lembrem-se, uma BARRA DE CHOCOLATE conseguirá conectar os personagens. É absolutamente ridículo isso.
De qualquer forma, aos trancos e barrancos, o diretor ainda expõe questões sociais. Dessa vez muito menos, se compararmos aos filmes anteriores. Tem algumas poucas questões diferentes e interessantes que rementem à reflexões, como por exemplo, pessoas de outros países indo para o EUA para participar do expurgo. É assustador o nível da psicopatia, nessa situação, e chega a causar um mal estar sabendo que isso é possível de acontecer num cenário real, caso existisse o expurgo.
Enfim, mais uma continuação da franquia, que ao contrário do filme anterior, conseguiu afundar mais ainda a imagem desse excelente nicho mal explorado. Uma péssima história, com péssima conexões e atuações “mequetrefes” (inclusive o troféu de péssima atuação iria para a Senadora, na minha opinião). Um filme de terror que não consegue aterrorizar em nenhum momento. Eu nem diria que essa coisa é de terror. Está mais para um filme de ação. Até mesmo filmes como Rambo 4 são mais violentos e, de alguma forma, mais aterrorizantes que esse treco (não que sejam excelentes filmes, claro, mas são filmes de ação, com contexto social mais reflexivos e com mais cenas impactantes).