ASTAROTH – FILME BRASILEIRO

Ano: 2017 (Brasil), 2020 (EUA – pela amazon prime)
Diretora: Larissa Anzoategui
Classificação: Terror/Horror/Ocultismo/Indie

Sinopse: O famoso tatuador Gregório (Janderson Tucunduva) é obcecado pelo oculto, especialmente pelo demônio Astaroth (Monica Monteiro). Gregório precisa encarnar o demônio Astaroth no corpo de alguma mulher para que possa concretizar seu desejo de viver para sempre com Astaroth. Para fazer a escolha ideal, Gregório entra em uma festa Heavy Metal de bicão. A dona da festa e mais suas duas amigas (uma delas é a escolhida), que vivem juntas, nem imaginam no que estarão envolvidas.

Fuçando o amazon prime, me deparei com alguns filmes de terror brasileiros e pela capa, sinopse e trailer, achei que esse seria o melhor entre os outros, e resolvi dar uma chance.

Primeiramente, quero adiantar que Astaroth é uma produção indie, de baixíssimo orçamento, não dando para comparar pau-a-pau com grandes produções ou até mesmo com produções menores e menos conhecidas do exterior.

Fiquei muito contente de ver que o filme foi dirigido por uma mulher, quebrando o tabu tradicional de homens dirigindo filmes.

Agora, falando sobre o filme e destacando aquilo que eu gostei: trilha sonora! Que trabalho de guitarra maravilhoso que é feito para dar um clima no filme! Pra mim Rock/Metal andam de mãos dadas com o terror. E nada mais brilhante que unir o útil ao agradável. São poucos filmes de terror que colocam uma trilha sonora de metal competente e diferenciada como foi feito em Astaroth. Excelente oportunidade para as bandas de metal brasileiras se destacarem. Deu para perceber que o pessoal se dedicou muito nesse quesito. Muito bom mesmo! Para mim um bom filme de terror deveria ser quase sempre acompanhado de um bom metal em sua trilha sonora.

Se por um lado a trilha sonora é muito legal, outros quesitos deixam a desejar: o áudio é meio fechado e as vezes não da para entender direito o que os atores falam, a voz de Astaroth é cheia de efeitos e ecos que tiram a credibilidade do personagem, a trama é muito pobre com um roteiro muito sem graça e os atores não possuem desenvoltura, demonstrando que estão aprendendo a atuar e não sabem demonstrar direito as emoções. Efeitos especiais típicos de produções de baixo orçamento também são evidentes no filme. O ator Janderson Tucunduva é quem faz o melhor papel e entrega o melhor personagem. Mesmo assim não é tudo isso. Claro que o baixo orçamento justifica quase tudo e que temos que considerar isso na hora de assistir.

O começo do filme realmente estava muito interessante e deu a entender que o ocultismo seria mais explorado e que Astaroth seria um destaque, mas não foi bem por aí que o filme caminhou. Se tivesse seguido a premissa inicial, teria sido um filmaço de baixo orçamento, mas infelizmente fazem uma mistura de tudo sem dar destaque a nada e fica tudo muito confuso. Tem um nerd, tem um namoradinho folgado que precisa da mulher para defendê-lo (achei isso hilário), tem uma ninja metaleira (what?), tem uma metaleira que toca (finge que toca) guitarra e uma tatuadora que parece que será a heroína da história, mas não.

ATENÇÃO: A PARTIR DE AGORA, OCORRERÃO SPOILERS.

O filme se preocupa em defender com unhas e dentes o feminismo, a força e o destaque feminino em todas as situações, o que pra mim não seria um problema, contato que essa mensagem fosse passada de uma maneira mais inteligente, numa cadência envolvente e mais sombria. O filme se preocupa tanto com isso que não se importa em assumir no final que nada se passa de mais um trash. Fiquei meio frustrado, pois a imagem de Astaroth é muito legal (basta ver as artes de capa e pôsteres espalhados pela internet) e da uma esperança de que o filme será muito mais sombrio e interessante do que realmente é. Tava até torcendo pro demônio triunfar no final! Eu esperava por isso inclusive. A frustração de uma aspirante a ninja derrotar um demônio tão destemido, foi grande!

Se o filme envolvesse mais magia, ocultismo e demonologia, ao invés de focar na garota ninja com seus treinos de lutas intermináveis (e que sinceramente não tem nada a ver com o tema inicial), tenho certeza que seria um filme muito melhor. Poderiam incluir orações, cânticos, altares e uma pesquisa maior sobre Astaroth, criando um clima mais sombrio e envolvente para o espectador. Ficou parecendo que a equipe fez o filme para que agradasse os próprios egos, ao invés de entregar algo maior com uma mensagem interessante e um assunto diversificado.

Não quero ofender a equipe do filme, mas dei minha honesta opinião. Eu não tenho a menor experiência com cinema e tenho certeza que eu não conseguiria fazer nem metade do que o filme entregou. Mas como espectador, acho que o filme tem muitos problemas e que nem são intencionais. Se se propusesse a ser uma comédia, daria para compreender uma ninja metaleira vencendo no final, mas não entendi que essa era a proposta.

Vale a pena assistir?
Para dar um apoio à indústria cinematográfica brasileira e pela trilha sonora muito boa, vale a pena conferir, mas vocês terão que ter paciência para assistir, pois o filme sai do vinho para uma água morna. Em contra partida o filme é curto: 1h 15m. Da pra aguentar.

Avaliação: 1.5 de 5.

Até.

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